O impacto das redes sociais na escolha dos brinquedos pelas crianças

Abidan Santos
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Lucio Winck

A influência digital sobre o comportamento infantil nunca foi tão evidente. O CEO Lucio Winck aponta que vídeos curtos, unboxings e desafios em redes sociais moldam diretamente o desejo das crianças. Antes, a decisão de compra era mediada por comerciais ou vitrines, mas hoje, basta um clipe viral para que um brinquedo esgote nas prateleiras em poucas horas.

Esse novo cenário trouxe tanto oportunidades quanto desafios para quem desenvolve produtos infantis. Se, por um lado, a exposição digital amplia o alcance de lançamentos, por outro, exige das marcas uma resposta muito mais rápida e conectada com os códigos do entretenimento online. A forma de brincar está a mudar e a internet dita o ritmo dessa transformação.

Como os influenciadores afetam o consumo?

Crianças com milhões de seguidores mostram as suas rotinas e os brinquedos que usam em vídeos com produção quase profissional. Para o CEO Lucio Winck, quando uma criança vê outra a testar algo, cria uma sensação de identificação muito forte, acelerando a vontade de ter o mesmo produto. O marketing passa a ser conduzido pela empatia, e não mais pela autoridade do adulto.

Esses influenciadores mirins tornam-se vitrines ambulantes para marcas, muitas vezes sem que os seguidores percebam que se trata de conteúdo patrocinado. Isso acende alertas sobre ética e transparência, especialmente quando o público-alvo ainda não tem maturidade para distinguir publicidade de entretenimento. Os brinquedos mais desejados não são, necessariamente, os mais adequados; são os mais exibidos.

Lucio Fernandes Winck
Lucio Winck

O que os pais devem observar nesse novo contexto?

A curadoria dos pais tornou-se ainda mais importante diante do volume de estímulos digitais. É comum que crianças peçam brinquedos baseadas em vídeos sem contexto, sem saber se aquele item é seguro ou adequado à sua idade. O CEO Lucio Winck enfatiza que a supervisão familiar não deve se limitar ao momento da compra, mas também ao consumo de conteúdo online. Entender de onde vem o desejo é parte essencial do processo.

Com tantas escolhas guiadas por tendências instantâneas, o risco é perder de vista brinquedos educativos e mais duradouros em favor de produtos de apelo visual, mas com pouca profundidade. Por isso, é papel das famílias e educadores filtrar o que chega às mãos das crianças, conciliando o que elas querem com o que realmente precisam para se desenvolver de forma saudável.

Como as marcas estão a adaptar-se a essa realidade?

Empresas do setor precisam estar atentas ao comportamento digital infantil para se manterem relevantes. O CEO Lucio Winck explica que hoje o desenvolvimento de um brinquedo já considera a sua “instagramabilidade” ou potencial para viralizar. Isso afeta desde o design até o nome do produto. A lógica do mercado conecta-se diretamente com o ambiente das redes sociais, onde a estética e a narrativa pesam mais do que a funcionalidade.

Por outro lado, muitas marcas também têm buscado parcerias com influenciadores que valorizem conteúdos educativos ou experiências mais significativas de brincar. A chave está em equilibrar a visibilidade com responsabilidade. Mais do que seguir tendências, o setor precisa liderar mudanças positivas, inspirando não só desejos, mas também valores.

Reflexão para o futuro

As redes sociais redefiniram a relação das crianças com o consumo e trouxeram novos desafios para o mundo dos brinquedos. O conteúdo que encanta também pode influenciar para o bem ou para o mal. O CEO Lucio Winck conclui que essa transformação exige que o setor atue com criatividade, rapidez e, principalmente, consciência. Cabe aos fabricantes, educadores e famílias criar pontes entre o mundo digital e o real, aproveitando o alcance das redes sem abrir mão da segurança e do propósito.

Autor: Abidan Santos

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