Portugal enfrenta uma onda de calor histórica que trouxe à tona a temperatura mais elevada registada em junho no país. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou que a localidade de Mora, no distrito de Évora, atingiu uns impressionantes 46,6 graus Celsius. Este valor é o mais elevado alguma vez verificado em Junho e aproxima-se do recorde absoluto nacional de temperatura, que é de 47,3 graus, registado na Amareleja, no ano de 2003.
O calor extremo em Mora não só chama a atenção pelo seu valor recorde, como também serve como indicativo do aumento das temperaturas médias em Portugal, um fenómeno atribuído às alterações climáticas. Esta situação tem causado preocupação entre as autoridades e a população, que enfrentam as consequências do calor intenso que dura há dias. As temperaturas elevadas afetam a saúde pública, a agricultura e o consumo de energia, gerando um cenário de alerta em várias regiões do país.
Para além do pico de temperatura em Mora, o país está a experienciar um conjunto de fenómenos meteorológicos adversos que decorrem da instabilidade gerada pela onda de calor. O IPMA reportou aguaceiros localizados, ventos fortes, trovoada e até queda de granizo, sobretudo nas zonas interiores do território português. Estes eventos climáticos extremos reforçam a complexidade da atual conjuntura ambiental em Portugal.
Os distritos mais afetados pela situação crítica incluem Lisboa, Setúbal, Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco e Santarém, onde o alerta vermelho se mantém ativo. Esta condição de alerta implica medidas de prevenção e preparação das autoridades para minimizar os riscos para a população e para as infraestruturas locais. As populações destes distritos foram chamadas a adotar comportamentos seguros, evitando a exposição prolongada ao sol e mantendo-se hidratadas.
O impacto do calor extremo em Mora e nas regiões vizinhas também já começou a afectar sectores económicos estratégicos, como a agricultura e o turismo. As culturas sensíveis ao calor podem sofrer danos, comprometendo a produção e gerando prejuízos para os agricultores. Paralelamente, o turismo, atividade vital para a economia local, enfrenta desafios devido ao desconforto provocado pelas temperaturas elevadas, que podem reduzir o fluxo de visitantes.
As autoridades portuguesas têm reforçado os alertas para a população e intensificado a monitorização das condições meteorológicas, com o objetivo de antecipar eventuais riscos. Os serviços de emergência e de saúde foram colocados em estado de prontidão para fazer face a eventuais situações de emergência relacionadas com o calor extremo, como desidratação e golpes de calor. A comunicação eficaz com a população é fundamental para garantir que os cidadãos adotam comportamentos preventivos.
Esta onda de calor em Mora e noutras regiões portuguesas levanta questões importantes sobre a preparação do país para enfrentar os efeitos das alterações climáticas. A crescente frequência e intensidade destes eventos extremos exigem estratégias de adaptação e mitigação que envolvam o governo, a sociedade civil e o sector privado. Os investimentos em infraestruturas resilientes e em políticas ambientais são essenciais para reduzir a vulnerabilidade das populações.
Em síntese, o registo da temperatura mais elevada de junho em Mora marca um momento crítico para Portugal. O fenómeno climático impõe desafios imediatos e a longo prazo para o país, reforçando a necessidade de uma acção coordenada para proteger a saúde pública, a economia e o ambiente face ao calor extremo. O acompanhamento contínuo dos dados meteorológicos e a consciencialização social são instrumentos indispensáveis para enfrentar o cenário atual e os que se avizinham.
Autor: Abidan Santos