Oluwatosin Tolulope Ajidahun ressalva que a qualidade do sono é um dos pilares da saúde humana e exerce impacto direto sobre a fertilidade de homens e mulheres. Dormir bem não significa apenas recuperar energia para o dia seguinte: o sono é responsável por regular funções hormonais, metabólicas e imunológicas fundamentais para o equilíbrio reprodutivo.
O impacto do sono na fertilidade feminina
O ciclo menstrual feminino depende de um funcionamento adequado do eixo hormonal que envolve o cérebro e os ovários. Quando o sono é irregular, ocorrem alterações na libertação de hormonas como a melatonina, o cortisol, o estrogénio e a progesterona. Estes desequilíbrios podem conduzir a falhas na ovulação, irregularidades menstruais e até dificuldades na implantação do embrião. Investigações recentes associam distúrbios do sono, como a insónia crónica, a uma maior incidência da síndrome dos ovários poliquísticos (SOP) e da endometriose, condições que já representam desafios à fertilidade.
Além disso, noites mal dormidas comprometem a produção de melatonina, hormona que possui ação antioxidante e protetora nos ovários. A baixa concentração desta substância pode acelerar o envelhecimento ovárico e reduzir a qualidade dos óvulos, tornando a conceção mais difícil, especialmente a partir dos 35 anos.
Consequências para a fertilidade masculina
Nos homens, o sono insuficiente também apresenta efeitos relevantes. Estudos demonstram que a privação de sono reduz a produção de testosterona, hormona essencial para a espermatogénese. Como resultado, ocorre diminuição da contagem espermática, queda da motilidade e alterações na morfologia dos gâmetas. Nesse sentido, Tosyn Lopes observa que distúrbios do sono podem ser fatores ocultos de infertilidade masculina, muitas vezes identificados apenas em análises de espermograma detalhadas.

Outro aspeto preocupante é a associação entre sono irregular e stresse oxidativo. A presença excessiva de radicais livres danifica a membrana celular e o ADN dos espermatozoides, comprometendo a sua capacidade de fecundar o óvulo. Desta forma, manter noites regulares e reparadoras pode ser tão importante quanto outros hábitos de vida saudáveis.
Relação entre sono, metabolismo e reprodução
A má qualidade do sono afeta diretamente o metabolismo. A privação crónica está associada à resistência à insulina e ao aumento de peso, condições que prejudicam a fertilidade em ambos os sexos. Mulheres com distúrbios do sono apresentam maior risco de anovulação, enquanto os homens podem desenvolver desequilíbrios hormonais que reduzem a qualidade seminal. Oluwatosin Tolulope Ajidahun comenta que o impacto do sono no metabolismo demonstra como este hábito quotidiano é determinante para a saúde reprodutiva.
Adicionalmente, estudos sugerem que o desalinhamento do ritmo circadiano, como ocorre em trabalhadores noturnos, pode comprometer a produção hormonal e reduzir a resposta a tratamentos de reprodução assistida. Isto reforça a importância de considerar a qualidade do sono como um fator clínico relevante durante a investigação de infertilidade.
Estratégias para melhorar o sono e preservar a fertilidade
A adoção de práticas de higiene do sono é fundamental para garantir o descanso adequado. Estabelecer horários regulares, evitar o uso de ecrãs luminosos antes de dormir, manter o quarto escuro e silencioso e reduzir o consumo de cafeína e álcool à noite são medidas eficazes. Nesse sentido, Tosyn Lopes destaca que priorizar um sono de qualidade deve ser parte do planeamento reprodutivo, tal como uma alimentação saudável e a prática regular de exercício físico.
Em casos de distúrbios persistentes, como apneia obstrutiva do sono ou insónia severa, a procura de acompanhamento médico especializado é essencial. O tratamento destas condições pode não apenas melhorar a qualidade de vida, mas também aumentar de forma significativa as hipóteses de gestação.
Dormir bem: um aliado indispensável da fertilidade
A relação entre sono e fertilidade reforça a importância de valorizar hábitos simples que muitas vezes são negligenciados. Dormir bem regula hormonas, protege os gâmetas contra o stresse oxidativo e favorece a saúde metabólica. Oluwatosin Tolulope Ajidahun enfatiza que reconhecer o sono como aliado da fertilidade é um passo fundamental para homens e mulheres que desejam ampliar as suas hipóteses de realizar o sonho da maternidade e da paternidade.
Ao integrar o cuidado com o descanso às demais estratégias de saúde reprodutiva, torna-se possível construir um caminho mais sólido em direção à conceção. O sono, muitas vezes invisível no dia a dia, revela-se, portanto, como um dos mais poderosos aliados da reprodução humana.
Autor: Abidan Santos
As imagens divulgadas nesta publicação foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este o responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.