Conforme aponta Paulo Twiaschor, os exoesqueletos vestíveis estão a consolidar-se como uma das inovações mais promissoras da Construção 4.0. Estes equipamentos, que funcionam como estruturas externas de suporte ao corpo humano, foram concebidos para reduzir o esforço físico, melhorar a ergonomia e aumentar a segurança dos trabalhadores. Num setor em que as atividades manuais ainda são predominantes e frequentemente extenuantes, esta tecnologia oferece um caminho para transformar as condições de trabalho, unindo saúde ocupacional e ganhos de produtividade.
O conceito já vinha a ser testado em áreas como a saúde e a indústria automóvel, mas a sua aplicação na construção civil abre horizontes inéditos. Ao aliviar a sobrecarga sobre músculos e articulações, os exoesqueletos ajudam a enfrentar problemas recorrentes como lesões por esforço repetitivo e baixas médicas. Este cenário cria benefícios diretos para trabalhadores e empresas, que passam a contar com equipas mais estáveis e produtivas.
Redução de riscos e fortalecimento da ergonomia
Paulo Twiaschor destaca que um dos principais impactos da adoção de exoesqueletos é a mitigação de riscos relacionados com a segurança no trabalho. Tarefas como levantar cargas pesadas, operar ferramentas em posições desconfortáveis ou trabalhar acima da linha dos ombros tornam-se menos perigosas quando o esforço é redistribuído pelo equipamento. Isso reduz significativamente as hipóteses de acidentes e melhora a saúde ocupacional a longo prazo.

Além disso, os dispositivos favorecem a postura correta durante atividades repetitivas, algo essencial em estaleiros de obras. Esta melhoria ergonómica diminui o desgaste físico diário e contribui para prolongar a carreira dos profissionais. Ao mesmo tempo, aumenta a satisfação da equipa, uma vez que condições de trabalho mais seguras e confortáveis tendem a elevar o moral e a motivação.
Produtividade e eficiência ampliadas
Paulo Twiaschor informa que os benefícios vão além da segurança. Exoesqueletos vestíveis também aumentam a produtividade nos estaleiros de obras. Com menor fadiga muscular, os trabalhadores conseguem manter o ritmo por mais tempo, reduzindo o número de pausas e melhorando a regularidade do trabalho. Essa constância resulta em entregas mais rápidas e num controlo mais preciso dos cronogramas.
Em grandes empreendimentos, a possibilidade de ganhar eficiência sem necessariamente aumentar o quadro de funcionários torna-se um diferencial competitivo. Os exoesqueletos, nesse contexto, funcionam como multiplicadores de força e resistência, permitindo que os profissionais desempenhem as suas funções com maior rendimento, sem comprometer a saúde.
Integração com a Construção 4.0
Para Paulo Twiaschor, os exoesqueletos vestíveis alinham-se perfeitamente com os princípios da Construção 4.0, marcada pela integração de tecnologias digitais e automação. Muitos destes equipamentos já contam com sensores que registam movimentos, monitorizam o esforço físico e geram dados em tempo real. Essas informações podem ser usadas para ajustar processos, identificar riscos de fadiga e até personalizar o suporte oferecido a cada trabalhador.
A ligação com sistemas digitais de gestão e com ferramentas como o BIM cria uma base sólida para estaleiros inteligentes. Nestes ambientes, a recolha e análise de dados em tempo real permitem decisões mais rápidas, maior segurança e ganhos contínuos de produtividade, reforçando a integração entre homem e máquina.
Desafios e perspetivas futuras
Paulo Twiaschor comenta que, apesar do potencial, a adoção dos exoesqueletos em larga escala ainda enfrenta barreiras. O investimento inicial elevado, a necessidade de formações específicas e a adaptação cultural das equipas são pontos que precisam de ser superados. Contudo, tal como aconteceu com outras inovações, a tendência é que os custos diminuam à medida que a tecnologia se difunda e se torne mais acessível.
O futuro aponta para exoesqueletos mais leves, ergonómicos e ligados a plataformas digitais avançadas. Essa evolução ampliará a sua aplicabilidade em diferentes tipos de obras, consolidando-os como ferramentas essenciais para reforçar a segurança, a ergonomia e a produtividade no setor. Neste cenário, a construção civil não apenas moderniza os seus processos, mas também cria condições de trabalho mais dignas e eficientes, alinhadas com as exigências do século XXI.
Autor: Abidan Santos